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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Outro dia a infância dominou meu coração



                  "A violência, seja qual for a maneira como 
ela se manifesta, é sempre uma derrota. "  Jean-Paul Sartre



                    No post de hoje iremos tratar de um assunto muitíssimo delicado. Agressões físicas, opressões psicológicas comprometem a formação da personalidade e provocam danos à saúde mental da criança. O tema de hoje é:


 Violência Infantil

                       
"Art.5º (ECA) – Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligencia, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação e omissão, aos seus direitos fundamentais. (Art.1º, III, 3º, III e IV, e 5º, III, XLIII e XLVII, e, da Constituição Federal de 1988).
Art. 18º (ECA) – É dever de todos, velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedo"



               É... eu também acho belíssimo esse trecho da nossa Carta Magna. A verdade é que a violência infantil é uma realidade presente na sociedade, apesar de muito se debater e se discutir sobre o tema, mas o fato é que a violência esta mais enraizada do que se imagina, pouco se resolve diante do que realmente acontece. 



      Os tipos de agressão infantil são diversos. Os mais comuns são a violência física, a psicológica e a sexual. Segundo dados do Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (Sipia), de 1999 até 2007, foram registrados 28.840 casos de agressão física, 28.754 de violência psicológica e 16.802 de abusos sexuais em todo o país.

            Triste é saber que grande parte do que ocorre nos lares não é denunciada, pois fica encoberta pelos familiares que não tem coragem de denunciar o agressor, seja por medo, vergonha ou conivência com a situação. O mais causa indignação sobre esse tema é que ela é praticada em muitos lares, por pais não possuem qualquer tipo de preparo psicológico para lidar com os filhos, muitas vezes são jovens envolvidos no mundo do crime, pais considerando os filhos como um fardo indesejável, que veio para atrapalhar a vida do casal, algumas famílias são completamente desestruturadas devido ao desemprego, álcool e drogas, um triângulo extremamente perigoso em qualquer lar ou na vida social de qualquer pessoa ou família, e, é responsável pela desagregação e destruição de muitas famílias. A violência vem na maioria das vezes daqueles que deveriam dar abrigo e proteção.

              No ano de 2011, diversas foram as campanhas feitas em prol da conscientização e combate  a violência infantil, uma das mais aceitas pelos internautas foi a de colocar uma imagem de um desenho de filme infantil na foto do perfil do facebook, no período do dia das crianças. Se isso surtiu efeito  direto na questão, acredito que não, mas com certeza melhorou a conscientização em relação a gravidade com que isso ocorre em nossa sociedade. Assim, enfatizando a importância de lembrarmos sempre desse assunto com a finalidade de mobilizar milhões de pessoas sobre o tema, de qualquer forma, é válido.

                Alguns traumas da violência doméstica podem fazer com que a criança se culpe por estar sofrendo desse jeito, às vezes, ela pode até se agredir por achar que é a causa destes problemas. Outra conseqüência é a agressão como uma forma de defesa, pois como ela não consegue se defender dos maus-tratos e acaba descontado em outras pessoas, principalmente nos coleguinhas, contam os especialistas.



        De acordo com a Unicef, muitos atos de violência cometidos contra as crianças continuam escondidos e chegam a ter a aprovação da sociedade.
             A violência contra as crianças inclui a física, psicológica, discriminação, negligência e maus-tratos. Vai desde abusos sexuais em casa a castigos corporais e humilhantes na escola, ou em qualquer outro lugar da convivência dos pequenos.
         Toda e qualquer violência contra a criança deve ser denunciada. As marcas físicas, emocionais e psicológicas da violência podem ter sérias implicações no desenvolvimento da criança, na sua saúde e capacidade de aprendizagem. (Fonte: Idest)
             Uma pesquisa inédita realizada por professores do Departamento de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto mostrou que o número de casos de violência contra crianças é maior do que as estatísticas divulgada pelos órgãos oficiais. O trabalho também mostra que, diferentemente do que muitas pessoas pensam, a violência doméstica atinge todas as classes sociais.



               RECONHECER O COMPORTAMENTO ABUSIVO
O abuso de crianças diz respeito a um ato cometido por um pai, responsável ou pessoa em posição de confiança (mesmo que não cuide da criança no dia-a-dia), ato que não seja acidental e que prejudique ou ameace prejudicar a saúde física ou mental e o bem-estar da criança. Há quatro tipos básicos de abuso no caso de crianças:
abuso físico ocorre quando um adulto machuca uma criança fisicamente, sem ter havido um acidente. Inclui comportamentos como:
  • Agredir
  • Sacudir ou dar palmadas
  • Queimar ou escaldar
  • Chutar
  • Sufocar
negligência consiste em maus tratos ou negligência que prejudique a saúde, o bem-estar ou a segurança de uma criança. Pode incluir negligência física, emocional ou educacional através de atos como:
  • Abandono
  • Recusa em buscar tratamento para uma doença
  • Supervisão inadequada
  • Riscos à saúde dentro de casa
  • Indiferença para com a necessidade que a criança tem de contato, elogio e estímulo intelectual
  • Nutrição emocional inadequada
  • Recusa em procurar escola para a criança
  • Sonegação de alimentos
abuso emocional afeta profundamente a auto-estima da criança, submetendo-a a agressão verbal ou crueldade emocional. Nem sempre envolve feridas visíveis. Pode incluir situações como:

  • Confinamento estrito, como num guarda-roupa
  • Educação inadequada
  • Disciplina exagerada
  • Permissão consciente para ingerir álcool ou drogas
  • Ridículo

abuso sexual envolve contato sexual entre uma criança ou adolescente e um adulto ou pessoa significativamente mais velha e poderosa. As crianças, pelo seu estágio de desenvolvimento, não são capazes de entender o contato sexual ou resistir a ele, e podem ser psicológica ou socialmente dependentes do ofensor.
O abuso sexual abrange qualquer toque ou carícia imprópria, incluindo comportamentos como incesto, molestamento, estupro, contato oral-genital e carícia nos seios e genitais. Além do contato sexual, a violência pode incluir outros comportamentos abusivos como estimular verbalmente de modo impróprio uma criança ou adolescente, fotografar uma criança ou adolescente de modo pornográfico ou mostrar-lhe esse tipo de fotos, expor uma criança ou adolescente à pornografia ou atividade sexual de adultos.

       RECONHECER POSSÍVEIS INDÍCIOS DE ABUSO CONTRA CRIANÇA
Os possíveis indicadores de abuso mencionados abaixo não constituem necessariamente prova de que uma criança esteja sendo abusada ou negligenciada. Devem servir como sinais de alerta no sentido de se observar a situação e procurar ajuda para saber se a criança precisa ou não de ajuda. Confie nos seus instintos se achar que uma família ou pessoa está em apuros.
Alguns possíveis indícios são:
Conduta da criança
  • Comportamento autodestrutivo ou agressivo
  • Fraturas, feridas, contusões inexplicadas ou explicações improváveis para o estágio de desenvolvimento da criança
  • Depressão, passividade
  • Comportamento hiperativo ou demolidor
  • Conduta sexualizada ou conhecimento precoce de comportamento sexual explícito; pseudo-maturidade
  • Fugas, conduta promíscua
  • Uso de álcool ou drogas, desordem alimentar
  • Isolamento da criança em relação à família
  • Expectativas exageradas dos pais
Conduta dos pais
  • A raiva contra a criança parece desproporcional ao seu comportamento
  • Atitude negativa consigo mesmos ou com a criança
  • Atitude defensiva em relação com o tratamento rude que eles mesmos tiveram quando crianças
               Agora vamos ao que interessa:
 Se você suspeita que alguma criança esteja sofrendo agressão de qualquer forma deve encaminhar a denúncia para o Conselho Tutelar ou para o Ministério Público de sua cidade o mais rápido possível. Se ficar provado que a criança é vítima de maus tratos, o agressor será punido, e a guarda da criança passará a ser do parente mais próximo.
No caso de maus tratos, a pena varia de dois meses a um ano. Se a agressão resultar em lesão corporal de natureza grave, a pessoa pode pegar de 1 a 4 anos. Já no caso de morte, o agressor pode ser condenado de 4 a 12 anos. Para saber qual o telefone do Conselho Tutelar mais perto de sua casa, ligue para o número 100 (ligação gratuita).



Faça sua parte como cidadão, denuncie, não permita que milhares de crianças sofram nas mãos de quem deveria dar amor, carinho e educação.

 Quero deixar como reflexão uma música do grupo Facção Central.

Se causar alguma comoção... é porque você é ser humano.


                                    

"O seu papel devia ser cuidar de mim, cuidar de mim, cuidar de mim

Não me espancar, torturar, machucar, me bater, eu não pedi pra nascer"





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